[RESUMO] Livro inclassificávelkto.com login, mescla de romance, autoficção e ensaio, "Os Bastidores" é a obra derradeira e ápice do talento do britânico Martin Amis. Ao rever sua formação, o escritor combina admirável senso de humor, de ritmo e beleza das palavras a um tratamento profundo de temas como a morte.
"Os Bastidores", último livro de Martin Amis, escritor inglês que morreu em 2023, desafia a classificação crítica mais ortodoxa. Por um lado é um romance de formação que abraça sem medo a autoficção. Mas é composto também por longos trechos ensaísticos, em que o autor estabelece com o leitor uma relação ainda mais estreita: comenta, ou melhor, inicia uma conversa sobre a natureza da escrita, suas especificidades e idiossincrasias.
O enredo gira em torno de uma confissão bombástica feita por uma ex-namorada de Amis, Phoebe Phelps, uma personagem ficcional que interage com versões ficcionalizadas de personagens reais. Ela o choca com duas revelações: dormiu com o pai dele, o escritor Kingsley Amis, e, sobretudo, afirma que Martin seria filho biológico do poeta Philip Larkin, melhor amigo da família.
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jogo do tigreOcorre com o autor uma variação daquilo que acontece com Wes Anderson no cinema. Uma acusação feita a qualquer esteta, verdade seja dita —a obsessão pelo estilo e pela forma revela a incapacidade de abordar temas profundos. "Os Bastidores" é uma excelente, e quem sabe definitiva, refutação dessa tese.
O livro funciona pelo menos em duas dimensões distintas. Em primeiro lugar, como um exercício de ritmo e beleza. Martin Amis já declarou mais de uma vez ser um autor comprometido com aquilo que chamou de "princípio do prazer". Alguém que caminha na direção oposta a dos escritores que chamava de "compulsivamente obscuros". Não custa lembrar de sua dificuldade com William Faulkner, por exemplo, que definiu como "igual a James Joyce: genial, mas sem talento".
Em segundo lugar, a obra é uma tentativa de entender as mortes de duas das principais referências de sua vida: a de Christopher Hitchens, um dos maiores ensaístas e intelectuais públicos do final do século 20 e início do 21, além de seu melhor amigo; e a de Saul Bellow, uma espécie de figura paterna literária. O primeiro morreu em 2011, depois de uma longa luta contra um câncer no esôfago, amplamente documentada pelo próprio Hitchens e transformada em livro póstumo, "Últimas Palavras"; o segundo morreu em 2005, devido a complicações de um quadro avançado de Alzheimer.
Amizade à primeira vistaA relação de companheirismo intelectual entre Amis e Hitchens foi amor à primeira vista. Amis comenta ter visto um debate na TV norte-americana, ainda na década de 1980, entre Hitchens e um conservador almofadinha, membro da administração Ronald Reagan.
Na épocakto.com login, a direita nos EUA havia feito um esforço contumaz em criminalizar no debate público a palavra "liberal", o equivalente a uma centro-esquerda moderada naquela configuração política. Se reconhecer como um, dentro daquele contexto histórico específico, era estar associado a uma lepra moral, a um estigma.